O rock nasceu em uma brincadeira, quando Elvis resolveu descontrair o ensaio e tocar um country acelerando-o. Por que com o samba eletrônico seria diferente? Foi basicamente como aconteceu com o Oba Oba Samba House, os criadores e expoentes do gênero.   À época (e não faz tanto tempo assim – cerca de dois anos), Fernando Diniz (baixo), Cléber (percussão e DJ; à ocasião, baterista) e Luciano Tiso (violão e vocal; então, guitarra) tocavam em conjunto de pop rock chamado Cinco Minutos.   Agenda cheia na região de Ribeirão Preto, onde fizeram carreira, estavam passando o som e dividiam palco com um DJ conhecido. Este começou a fazer uma batida eletrônica e eles resolveram acompanhar de brincadeira com um samba elétrico (não eletrônico ainda, veja bem).   Nada de muito estranho, já que era a origem até mesmo do baterista Cléber. “Comecei como percussionista, fui para a bateria tocar pop rock, mas sempre mantive a raiz”, diz.   Colocaram o projeto no papel e convidaram um amigo, Leco, para tocar cavaquinho e cantar. Uns quatro meses depois da brincadeira inicial, marcaram um show em um bar de Ribeirão Preto, para testar no palco a mistura. “Foi um sucesso desde o primeiro show. Lotou. E começaram a surgir muitos convites de festas, universidades…”, aponta Leco.   Não demorou muito até que a agenda do Oba Oba engolisse a do Cinco Minutos. E o que nasceu como um projeto paralelo tomou a frente e começou a virar fenômeno na região de onde vinham e invadir Minas Gerais, onde têm hoje o maior público. “O crescimento foi assustador. A gente não esperava tanto em tão pouco tempo”, concorda o violonista e vocalista Luciano Tiso.   Ele tem uma teoria sobre a aderência alta de cara: “Antes de as pessoas gostarem ou deixarem de gostar, a mistura chama a atenção. Essa diferença de mundos da eletrônica para o samba causa o primeiro impacto. E trabalhamos em cima disso, com arranjos bem pensados para a mistura e escolha a dedo do repertório”.   Com toda essa bagagem, a banda ainda tinha uma barreira a quebrar – como é algo totalmente inovador, precisavam de uma carta de apresentação, para que as pessoas soubessem o que encontrariam no palco. Resolveram gravar um CD ao vivo, espécie de demo-tape, que dizima quaisquer eventuais resistências.   A mistura do som mais orgânico que existe – o samba, que nasce em caixinha de fósforos – com a eletrônica só poderia ter sido criada por aqui, claro. Mas teria que ser criada com muito apuro, pois a equação não é tão simples.   Pra exemplificar, pense na batida de bumbo que marca o samba. É uma batida dobrada, tum-tum, espaço, tum-tum. Na música eletrônica, a batida é simples e espaçada. Tum, espaço, tum. Tudo foi criado no papel antes, e esse é o segredo do quarteto. Além, claro, de terem criado um estilo de verdade, que está no coração e na trajetória deles.“É o (som) brasileiro com música eletrônica. O quente com o frio. Uso tanto percussão eletrônica quanto acústica. Uso o set de percussão eletrônica junto com a batida de house. Depois vou para a percussão acústica quando o que domina é o samba”, empolga-se Cléber.   “Como são dois estilos completamente diferentes, quando estamos no samba, eu faço o ritmo, as linhas que seriam do surdo melódico, e quando estamos na (música) eletrônica, coloco o suingue”, completa a outra parte da cozinha da banda, o baixista Fernando Diniz.   Se deu certo? Bom, deu tanto que deram essa entrevista logo depois de desembarcar do navio Emoções, de Roberto Carlos, com convite que partiu do empresário do Rei, empolgado que ficou ao vê-los pela Internet.   Com agenda de cerca de 20 shows por mês, você vai poder conferir tudo isso ao vivo. Não vai demorar.
  O rock nasceu em uma brincadeira, quando Elvis resolveu descontrair o ensaio e tocar um country acelerando-o. Por que com o samba eletrônico seria diferente? Foi basicamente como aconteceu com o Oba Oba Samba House, os criadores e expoentes do gênero.   À época (e não faz tanto tempo assim – cerca de dois anos), Fernando Diniz (baixo), Cléber (percussão e DJ; à ocasião, baterista) e Luciano Tiso (violão e vocal; então, guitarra) tocavam em conjunto de pop rock chamado Cinco Minutos.   Agenda cheia na região de Ribeirão Preto, onde fizeram carreira, estavam passando o som e dividiam palco com um DJ conhecido. Este começou a fazer uma batida eletrônica e eles resolveram acompanhar de brincadeira com um samba elétrico (não eletrônico ainda, veja bem).   Nada de muito estranho, já que era a origem até mesmo do baterista Cléber. “Comecei como percussionista, fui para a bateria tocar pop rock, mas sempre mantive a raiz”, diz.   Colocaram o projeto no papel e convidaram um amigo, Leco, para tocar cavaquinho e cantar. Uns quatro meses depois da brincadeira inicial, marcaram um show em um bar de Ribeirão Preto, para testar no palco a mistura. “Foi um sucesso desde o primeiro show. Lotou. E começaram a surgir muitos convites de festas, universidades…”, aponta Leco.   Não demorou muito até que a agenda do Oba Oba engolisse a do Cinco Minutos. E o que nasceu como um projeto paralelo tomou a frente e começou a virar fenômeno na região de onde vinham e invadir Minas Gerais, onde têm hoje o maior público. “O crescimento foi assustador. A gente não esperava tanto em tão pouco tempo”, concorda o violonista e vocalista Luciano Tiso.   Ele tem uma teoria sobre a aderência alta de cara: “Antes de as pessoas gostarem ou deixarem de gostar, a mistura chama a atenção. Essa diferença de mundos da eletrônica para o samba causa o primeiro impacto. E trabalhamos em cima disso, com arranjos bem pensados para a mistura e escolha a dedo do repertório”.   Com toda essa bagagem, a banda ainda tinha uma barreira a quebrar – como é algo totalmente inovador, precisavam de uma carta de apresentação, para que as pessoas soubessem o que encontrariam no palco. Resolveram gravar um CD ao vivo, espécie de demo-tape, que dizima quaisquer eventuais resistências.   A mistura do som mais orgânico que existe – o samba, que nasce em caixinha de fósforos – com a eletrônica só poderia ter sido criada por aqui, claro. Mas teria que ser criada com muito apuro, pois a equação não é tão simples.   Pra exemplificar, pense na batida de bumbo que marca o samba. É uma batida dobrada, tum-tum, espaço, tum-tum. Na música eletrônica, a batida é simples e espaçada. Tum, espaço, tum. Tudo foi criado no papel antes, e esse é o segredo do quarteto. Além, claro, de terem criado um estilo de verdade, que está no coração e na trajetória deles.“É o (som) brasileiro com música eletrônica. O quente com o frio. Uso tanto percussão eletrônica quanto acústica. Uso o set de percussão eletrônica junto com a batida de house. Depois vou para a percussão acústica quando o que domina é o samba”, empolga-se Cléber.   “Como são dois estilos completamente diferentes, quando estamos no samba, eu faço o ritmo, as linhas que seriam do surdo melódico, e quando estamos na (música) eletrônica, coloco o suingue”, completa a outra parte da cozinha da banda, o baixista Fernando Diniz.   Se deu certo? Bom, deu tanto que deram essa entrevista logo depois de desembarcar do navio Emoções, de Roberto Carlos, com convite que partiu do empresário do Rei, empolgado que ficou ao vê-los pela Internet.   Com agenda de cerca de 20 shows por mês, você vai poder conferir tudo isso ao vivo. Não vai demorar.
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Oba Oba Samba House
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