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Cristais do Tempo - Zé Ramalho

Written by：Zé Ramalho

Como são belos esses cristais

Que transparecem como manhãs

Embolam coisas em precipícios

Em cada ofício de suas mães

Eles imperam nos arrebóis

Nas carabinas e furacões

Em cada rosto é tão difícil

Ver o ofício de suas mãos

Nos olhares desses meninos

Há o silêncio que há no fogo

E o clarão das capitais

E eles dormirão nos ventos

Encobertos e atentos

Haverão de sufocar

Os milhares de venenos

Os milhares de venenos

Os milhares de venenos

Que situam se nas fontes

Que situam se nas fontes

Que situam se nas fontes

Nos olhares dos pequenos

Nos olhares dos pequenos

Nos olhares dos pequenos

Que veriam adamastor