歌词
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Guardanapos de Papel (Biromes y Servilletas) (Ao Vivo) - Padre Fábio de Melo
Na minha cidade tem poetas poetas
Que chegam sem tambores nem trombetas
Trombetas e sempre aparecem quando
Menos aguardados guardados guardados
Entre livros e sapatos em baús empoeirados
Saem de recônditos lugares nos ares nos ares
Onde vivem com seus pares seus pares
Seus pares e convivem com fantasmas
Multicores de cores de cores
Que te pintam as olheiras
E te pedem que não chores
Suas ilusões são repartidas partidas
Partidas entre mortos e feridas feridas
Feridas mas resistem com palavras
Confundidas fundidas fundidas
Ao seu triste passo lento
Pelas ruas e avenidas
Não desejam glorias nem medalhas medalhas
Medalhas se contentam
Com migalhas migalhas migalhas
De canções e brincadeiras com seus
Versos dispersos dispersos
Obcecados pela busca de tesouros submersos
Fazem quatrocentos mil projetos
Projetos projetos que jamais são
Alcançados cansados cansados nada disso
Importa enquanto eles escrevem escrevem
Escrevem o que sabem que não sabem
E o que dizem que não devem
Andam pelas ruas os poetas poetas poetas
Como se fossem cometas cometas cometas
Num estranho céu de estrelas idiotas
E outras e outras
Cujo brilho sem barulho
Veste suas caudas tortas
Na minha cidade tem canetas canetas canetas
Esvaindo se em milhares milhares milhares
De palavras retrocedendo se confusas confusas
Confusas em delgados guardanapos
Feito moscas inconclusas
Andam pelas ruas escrevendo e vendo e vendo
Que eles vêem nos vão dizendo dizendo
E sendo eles poetas de verdade
Enquanto espiam e piram e piram
Não se cansam de falar
Do que eles juram que não viram
Olham para o céu esses poetas poetas poetas
Como se fossem lunetas lunetas lunáticas
Lançadas ao espaço e ao mundo inteiro
Inteiro inteiro fossem vendo pra
Depois voltar
Pro Rio de Janeiro
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